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Foto do escritorLisângela da Silva Antonini

Cidade: o ambiente do impacto social positivo



A cidade é o espaço para o desenvolvimento da economia, educação, cultura e para o exercício da cidadania, ou seja, é através do protagonismo das pessoas e organizações que a consciência e a participação social são estimuladas para a produção de negócios sustentáveis de um País.


No Brasil, conforme dados do Censo de 2010, 85% dos brasileiros residem em cidades, sendo que serviços básicos como o esgoto, por exemplo, apenas 40% é tratado. Diante deste cenário, os projetos urbanos precisam ser bem pensados e planejados levando em consideração o equilíbrio de intenções de atores diversos tendo como objetivo a prosperidade das pessoas, das organizações e das cidades através da escuta, negociação, participação coletiva e diálogo baseado em processos educativos e com uma abordagem de Sustentabilidade.


São considerados atores principais deste cenário, o poder público que imprime regras de convivência e legalidade; a sociedade civil que externaliza os desejos de uma vida mais segura e saudável; e o mercado que operacionaliza seus interesses para a promoção do movimento econômico e financeiro dos centros urbanos. Esta tríade de atores necessita de apoio de execução através de três eixos: educação, inovação e resiliência.


A educação contempla a estrutura intelectual e a difusão do conhecimento, a inovação como maior capital ativo das cidades globais e contemporâneas impulsionada através de métodos e disciplinas de operação e; a resiliência fecha o ciclo como principal habilidade de complementação de interesses e intenções conjuntas. De acordo com Glaezer (2016), “as pessoas que vem para as cidades não são bobas. Elas vêm em busca de oportunidade econômica, serviços sociais melhores e cultura urbana rica.” Por outro lado, a concentração de moradores produz problemas como aglomerações, trânsito, congestionamentos, poluição, violência.


Diante de um cenário de incentivo às Parcerias Público Privadas em crescimento no Brasil, como conciliar Estado, Sociedade Civil e Iniciativa Privada com o intuito de viabilizar as transformações e criar possibilidades inovadoras e efetivas de desenvolvimento sustentável para os centros urbanos? Como gerar novos negócios, oportunidades econômicas e sociais, captar capital financeiro, incentivar fluxos de conhecimento, interação entre as pessoas e as empresas através do incentivo à criatividade humana e à infraestrutura das cidades; e fortalecer vínculos de cooperação e sinergia para o desenvolvimento de negócios competitivos?


De acordo com Stanford University, “a inovação social é uma nova mentalidade empresarial que está em ascensão, disposta a participar de soluções inovadoras para problemas socioambientais de maneira eficaz, eficiente, sustentável e que crie valor para a sociedade como um todo.” (HSM Management, 2014, p. 59). Essa abordagem parte do princípio de que é preciso compreender as necessidades da sociedade para criar produtos, ideias e ações que afetam positivamente setores como educação, saúde, lazer, economia e outros.


O cenário de ineficiência da gestão pública abre possibilidades de ampliação de Parcerias Público Privada promovendo intervenções necessárias nos territórios próximos das empresas em áreas sociais ou estruturais, aliando interesses empresariais e a promoção de responsabilidade social corporativa considerando o investimento social aplicado nos projetos e mensurados através de métricas e indicadores de promoção de impacto social.


Estes contratos de impacto social partem pela intencionalidade das empresas, que como investidoras, apoiam iniciativas de desenvolvimento local e social causando uma redução de vulnerabilidades e por consequência a economia dos gastos do governo em projetos, o que então bonifica os investidores através do retorno de investimento social à empresa baseada na Legislação Brasileira bem como através da captação de incentivos fiscais, o que pode ser visualizado neste momento em que passamos a Pandemia do COVID 19.


O conhecimento se faz pela observação e experimentação com a devida aproximação da verdade através de fatos e dados que possibilitem argumentos que ampliem e validem a hipótese que está em verificação, admitindo que as incertezas são maiores e movimentam o ciclo da geração de novas teorias e proposições. Compreender o ecossistema de negócio de impacto social para oportunidades de investimento no Brasil é o objetivo deste artigo, levando em consideração um cenário nacional, no qual os desafios e as oportunidades são muitas devido a diversidade do território do País. A figura 1 apresenta alguns dos problemas sociais, econômicos, educacionais, culturais e ambientais que podem servir de alavanca para os negócios de impacto positivo:


Figura 1 – Alguns Problemas Sociais Brasileiros para Negócios de Impacto Positivo

Fonte: Elaborada pela Autora (2020)[1]

Esse fenômeno social parte da ação humana com vistas a encontrar eco em mudanças estruturais na sociedade através da criação de artefatos como produtos e serviços para as pessoas e organizações envolvidas no problema diagnosticado em seus contextos sociais.


O olhar deste Ecossistema de Impacto Social Positivo, objetiva analisar quais contribuições e experiências de movimentos colaborativos comunitários pode trazer para melhorar a proposta do Impacto Coletivo. De acordo com KANIA & KRAMER (2011) “as iniciativas de impacto coletivo envolvem uma infraestrutura, uma equipe dedicada e um processo estruturado que leva agenda comum, medição compartilhada, comunicação contínua e atividades de reforço mútuo entre todos os participantes.”


[1] Figura elaborada a partir curso Inovação Urbana: Novos Jeitos de Fazer Cidade em INSPER, 2018.


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1 Comment


Jane Leonardo
Jane Leonardo
Feb 27, 2021

estou adorando!!!!!!

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